quinta-feira, 21 de junho de 2018


Existe um espaço no centro do coração que não julga, não lembra e não questiona. Faz, cuida, ama. Está presente quando todos os outros se ausentam.
Passaram 18 anos. Para trás uma mulher doente esperando a sobrevida, broto que se faça ficatu. Quatro filhos, dois menores.
Faz as malas e mudasse para outras paragens.
"-Estão todos criados" palavras da mãe actos dos filhos na ausência de pai e cuidados contínuos da mãe em tempos de espera.
As doenças perlongadas são a falência financeira e emocional das famílias, esta não foi exceção. Ou melhor foi porque a jangada que restou ainda flutua é emocional unida e próxima.

Quantas companheiras, mulheres, amantes cabem numa vida? Vêm e vão ao redor da cama mas nenhuma fica.

Despe-se da pele gasta e definha. Só alma, longas conversas. Só Ossos. Só fragilidade.
Todos morremos sós mas ninguém deve morrer em solidão.

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