Existe um espaço no centro do coração que não julga, não
lembra e não questiona. Faz, cuida, ama. Está presente quando todos os outros
se ausentam.
Passaram 18 anos. Para trás uma mulher doente esperando a sobrevida,
broto que se faça ficatu. Quatro filhos, dois menores.
Faz as malas e mudasse para outras paragens.
"-Estão todos criados" palavras da mãe actos dos
filhos na ausência de pai e cuidados contínuos da mãe em tempos de espera.
As doenças perlongadas são a falência financeira e emocional
das famílias, esta não foi exceção. Ou melhor foi porque a jangada que restou
ainda flutua é emocional unida e próxima.
Quantas companheiras, mulheres, amantes cabem numa vida? Vêm
e vão ao redor da cama mas nenhuma fica.
Despe-se da pele gasta e definha. Só alma, longas conversas.
Só Ossos. Só fragilidade.
Todos morremos sós mas ninguém deve morrer em solidão.
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