domingo, 29 de outubro de 2017

divago...

Mas isto sou eu que já não sei nada
e do nada pouco resta rente a meus pés
flores e sol-posto de verão vestido
dedos finos por entre a folhagem, luz.

Está calor em outubro quase novembro
põe-se a noite, a janela aberta
em pleno firmamento iluminado, estrelas.

A laranjeira em caos deixa morrer os frutos,
queda livre em direcção ao pouco verde
e um outono estranho com sabor a verão arde,
muda a hora e começa de novo, dia.

Já não escrevo, bem sei,
mas a poesia dos outros ainda me habita
os dedos, os olhos, nervos,
sentidos      versos escritos cheios de alma
no fim; do poeta só resta o poema?

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