terça-feira, 4 de junho de 2013

Sob o sol, da manhã, já a pique,
quase meio dia,
o torreão chama a si as andorinhas
em voo, tantas, gritando em frenesi
caçando aranhas voadoras,
planadoras, tecendo fios de seda.
Uma e outra rua,
candeeiros, empedrado, becos, varandins.
Casas térreas ou um andar empilhado
a alvura nas paredes caiadas, orladas
em volta das janelas e portas
com as suas faixas amarelas, azuis, vermelhas,
vigilantes, protectoras contra maus espíritos.
Nas nesgas de paisagem visível,
entre o  aglomerado urbano,
a planície alentejana;
Oliveiras e grandes plantios de cereais,
ainda baixos e sem papoilas,
noutros campos, já amanhados,
em fardos cilíndricos, feno.
Dourado e verde.
Castanho terra, ao longe, nos pequenos montes.
Ruas desertas e cheiro a primavera.
Domingo.
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Misericórdia em fundo,
entre as sombras das árvores em volta
duas figuras de negro cruzam-se na praça rectangular
"bom dia, minha filha", o padre
fixando os olhos na t-shirt Eddie the Head .

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