quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Já chegámos?
Então já estamos em 2013, muito bonito ... e tão diferente de 2012…
Estão velhas as filhoses e o bolo rei, tal como o ano que findou.
Arruma-se o sofá, abrigo por umas noites dos que vêm de longe para nos abraçar.
Arruma-se a vida. Apagam-se as luzes. O silêncio regressa a casa.

Hoje a poesia está zangada.
Grita e pragueja em todas as línguas que me habitam o céu da boca.
Debita intermináveis conteúdos ensurdecedores. Longos versos negros, cheios de revolta e cansaço. Cheios de realidade cruel.
Hoje, quer falar dos orçamentos, do desemprego, dos sacrifícios, silvas, espinhos e coelhos…
Mas hoje, só por um dia, não escreverei o que me pede.
não será prosa, quadra ou verso
não será poema.
não hoje.

Quero dizer-te que o Tejo continua lindo(!) e que ainda corre para o mar.
Que hoje a meia-lua presente no céu reflecte nas águas do rio a sua luz de prata que dança na leve ondulação da foz.
Que o sol nasceu e se pôs num dia limpo e claro.
Que o inverno conta já catorze dias mas o outono ainda se passeia pela cidade nas suas vestes ocres. O esplendor da cor ainda permanece nalgumas folhas que ganhando asas são borboletas amarelas levadas pelo vento ou pássaros de asas vermelhas que se lançam de cada ramo, em voo livre, pousando em bando no empedrado.
Quero falar-te do arco-íris que no dia 1 saudou a manhã e pensar que foi pintado no céu para todos nós. Que hoje, assim como todos os dias que se seguirão a este, serão de luta e de trabalho, mas também, e sempre, de esperança construída por cada um de nós.
Um óptimo 2013!

2 comentários:

miguel disse...

ainda bem que por vezes resistimos e não sucumbimos ao chamamento reles de quem nos quer cortar a própria imaginação e o gosto de viver. ainda bem que resistes. obrigado

M. disse...

Obrigado eu :)

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