perdoo-te se já não escrevo
perdoa-me se já não me lês
se o meu lirismo foi sempre,
sonho que não me saiu do peito,
pequeno. burguês.
que os amores simples
se deixam ofuscar pelo fulgor
das noites boémias e pseudo-intelectuais
de itinerário definido
e de poetas em fornada de fabrico (im)próprio
meia-luz, penumbra, sarçal literário
de cigarro acesso e je te veux na boca.
que a decadência é uma volúpia passageira
à noite, dorme connosco na cama
mas não nos dá de comer, o Sol que nasce,
amor, acabado de fazer com o café da manhã
cada pequena morte, crescendo
que se agigantava às tuas mãos
saliva, seiva, sémen,
meu corpo semeado
crê, foi sempre
poema em construção.
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