o tempo é agora
de mortalhas,
vidas de tabaco,
já fumado, cigarro
lançado ao chão
que outros pés pisam.
e a cidade morre devagar
naquelas mãos feridas de frio
de medo mofo vivo
de ainda haver amanhã e depois.
já não é natal
as luzes apagam-se
como se apagam os sorrisos
breves da caridadezinha
de estimação festiva e sazonal
de sopa quente e vapores de amor
fétido, falso e breve
de fachada iluminada em terreiro
agora plano e despojado
tão caduco como as árvores
despidas em pleno inverno.
e as arcadas abrigam
casas, camas e corpos
mendigos e pobres
de esmolas estendidas
em mãos de fome
e sem abrigo.
e está tanto frio. volto à cidade e já a choro ...
Sem comentários:
Enviar um comentário