quinta-feira, 27 de novembro de 2014

prelúdio

tomaram o poema em braços
e fizeram dele bandeira
ao vento, erguido
tomaram-no como seu
nascido da sua carne
sangue do seu sangue, vida
raiz funda no peito
tomaram o poema
e com ele construíram
casas, caminhos, pontes
barcos desbravando mares
colhendo peixes
abrindo rumos entre as ondas
cavalgaram no seu dorso
lavraram vales e montes
e escutando a terra
semearam pão
e repartiram
nas mãos unidas, asas
e o seu canto
o coração batendo em verso
livre.

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