âncora que me prenda a esta mesa
onde se serve a última ceia
a extrema-unção e subida aos céus
anunciadas pelos comunicadores
baratos, a preço de dizimo
folhetos, vales, talões, enlatados
muito alinhados nas prateleiras
comprado o espaço estratégico
ao nível dos olhos
com que comemos
tudo o que nos dão
restos
depois de roídos até aos ossos
e o amargo do vinho
que não bebo
sobe-me à boca
e cuspo o coração em pedaços.
uma última vez
dá-me de beber
anis,
lícor
doce
espesso
e um universo onde crescem
pequenas árvores de cristais
dentro de garrafas
e deixa-me arrefecer o corpo, ébrio,
antes de o servires aos chacais.
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