Queima os pulsos o sangue
a cama feita e desfeita.
A noite teve o tempo que quis
para se tornar fria
mas recebeu o verão de outubro
e de janelas e braços abertos
aceitou o diabo no seu ventre.
A luz que cega, surpreendida, a manhã
desperta pela gritaria dos pássaros
e pelo som das vozes acordando as ruas.
Cobrindo o rosto, segura os lençóis
como quem abraça naufrágios
que se materializam de quando em vez
nos seres, aqui e além
nas sombras de outro mundo
de ferrugem já datada.
O sono dissolvido.
se a noite é longa que seja escrita
não sei o que é dormir
mas sei o que é amanhecer
e depois o caminho segue
sem tréguas.
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