sexta-feira, 31 de outubro de 2014

"Há tão pouca gente que ame as paisagens que não existem"
Fernando Pessoa

O dobrar das árvores,
das folhas
ao peso do inverno que se anuncia
nas montanhas calcinadas
onde se apagam as últimas brasas
do outono
quente
nas mãos que fecho em redor
do primeiro fruto,
tangerina
ao sol poente,
laranja
ainda verde que não arde,
cicatrizado e dolente
rasga o ar
e caminho com  os olhos
toda a paisagem em volta.

Sem comentários:

Enviar um comentário