sábado, 11 de outubro de 2014

escrito egocêntrico

o principio não lembro
nem eu nem ninguém
e o fim não sei o que é
só os dias intermédios
que se esfumam como
os fósforos que acendo
ateando fogos,
alumiando o caminho
para que o tempo me siga
correndo, voando livre
desbravando denso e íngreme
a contagem das luas e sóis
que se deitam, dormem, despertam
sempre no horizonte,
sempre longe mas alcançável.
Não estou dormente, latente
estou para lá da sensibilidade
viva carne, ferida
não expressada, fina linha
ligada a tudo e a todos e doendo
o corpo,
quarenta e oito mil gramas de gente
insiste
alberga lutadores de sumô
que lançam sal sobre os ombros
para melhores presságios
queimando as ervas daninhas
que crescem
nas sombra dos meus passos
sim, sim, sim a todas as perguntas não feitas
e não a todo o resto porque sou do contra
resistente.
e o pássaro que trago nas mãos
feito de penas, coração, ainda voa.

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