quarta-feira, 16 de julho de 2014

o escuro dói-me
como me dói o silêncio
que me morde a boca.

e todas as palavras são nada
quando nada é o que me toma.
espero que me reste no peito,
o coração.

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Deveríamos plantar no peito árvores de tempo
que dessem rosas dessas enormes, vermelhas que nascem agarradas ao gradeado que circunda as casas
e trepa querendo alcançar o limoeiro que prometi espancar quando não desse limões.
e hortênsias a toda a volta, floridas como nunca antes, lindas!
Todos os presentes deveriam ser assim, vivos, crescendo com raízes para lá de nós.
e de diamantes apenas conheço a beleza da areia fina, essa sim bela,
que se agarra à pele molhada e foge entre os dedos
mesmo a resistência quebra e há corpos ósseos feitos de vidro e calor que passa as paredes quentes ao toque
E os anjos não existem e quebram-se como loiça no chão de laje
A lua é rochedo inerte rondando a terra
e rouba o brilho ao sol que se deita para que ela se erga.


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