sexta-feira, 27 de junho de 2014

sentidos

Cinco de cinco

Nasceu aqui, a minha alma,
onde a maresia pinta as manhã de algas
canaviais ao vento, gaivotas
e são mais as flores do que os caminhos.
O cheiro que à pele chega é o mar
agitando os sentidos e o sol chama
a primavera distante, peregrina.
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Quatro de cinco

Uma vida inteira na música que te acende a alma
divina, profana, viva celebração.
lá fora, o vento, o murmúrio do outono
vestindo as árvores, pintando de ouro
o arrepio sentido no som , mar, música
a paz que te sussurra ao ouvido.
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Três de cinco

Ainda a noite não fechou os olhos
e os lábios colhem o sal na pele,
palavra nascendo, ferindo em abandono
o corpo sentido, segurando o tempo lento,
que na boca a ausência de água, em deserto,
se  consuma em cada beijo.
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Dois de cinco

O sentido único do olhar, a soletrar, o horizonte,
poente que veste as pálpebras de verão.
Nos olhos seguir o percurso das aves, as vagas
e amarrar à margem dos cílios os barcos
que navegam ainda longe.
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Um de cinco

Não há eternidade no que se pode tocar
temporal, delicado, transitório, belo
sentido à pele ao toque leve
como tudo o que esta ao alcance da mão


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