O inverno dos sentidos é a mais triste das estações.
Instala-se no corpo e avizinha-se longo e
duro.
Fecha-se em cicatriz
escolhido que está o veneno de eleição
o silêncio, onde afogar as mágoas,
as palavras e os ecos violentos
as sombras e sobras
deste e de outros mundos.
A maré baixa expõe,
desabriga,
o obscuro da alma
os cavalos de espuma
soltos em corrida
linha a linha
a tinta em vício
escreve a dor exacta
em rima e métrica
incerta e imprecisa.
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