Eu que sempre gostei de bolinar a vida
de repente encontrei-me, resistente,
de corpo feito, ao vento farto de apertos
de toque primordial ao ser nascido
de núcleo outrora natural e inocente.
vi esboroada a certeza imaculada que
o mal e o bem se revelam definidos
e decantados em tempos crepusculares
mas não, estes são movimento contínuo
criando em si a semente do seu oposto
raízes negras no chão mais alvo,
árvore dando flores de pura neve, em negros ramos.
complementares, mutantes em equilíbrio dual
o silêncio e a palavra, dia e noite, branco e preto.
pena ninguém ter avisado a vida
e esta decorrer nos intervalos das certezas
em cinzentos pardos.
E depois surge um arco-íris, belo, alargando o espectro
interrompendo a monotonia lógica, acromática.
Sem comentários:
Enviar um comentário