quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Há muitos anos, ainda pequena, fiquei profundamente desiludida quando aprendi que a pequenez dos bonsais se devia à restrição forçada e meticulosa do seu crescimento. Que toda aquela delicadeza não era afinal produto acabado da Mãe Gaia.
Se a árvore queria crescer porque não deixavam!? Fechei-me num silêncio magoado contra o rosto que me sorria lá do alto, dono das mãos laboriosas que a moldava cortando aqui e ali.
Aos meus olhos aquilo era mutilação. Crueldade estética.
O que seria uma árvore em que os ramos nos cobririam na natureza passava a ser abraçado por nós cabendo quase entre as nossas mãos. A pequena árvore em bandeja.
São belos, maravilhosos e embora seja arte que admiro, pela dedicação que exige, não gosto da ideia da beleza natural castrada, reprimida, amputada.
Olhá-los é sempre um misto de encanto e de pequena mágoa.
Sem comentários:
Enviar um comentário