quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Vento

Rosto entregue
ao vento agreste, trazendo as vagas,
como um beijo, marinho, sal
carícia urgente, o toque à pele,
aos sentidos.
Nas mãos fechadas dormem conchas
colhidas na maré vaza.
O olhar, longe, onde o horizonte anuncia a tempestade.
No regaço, mordaças e vendas, inertes, desenlaçadas
que no silêncio do repouso, momentâneo e breve,
reclamam o entendimento do absurdo
dos maus actos, de uns poucos,
que consumem a vida de quase todos.
Num só momento,
todos os receios são,
o esgotar do respirar, que se agita
o pulsar do coração, descompassado
no peito, inane, aberto ao tempo
só o vento...

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