sábado, 1 de setembro de 2012

Cidade

Agosto.
A luz crua, do sol de verão, que banha as ruas torna a cidade viva, radiante.
Os telhados laranja, vermelho, recortados num céu celeste, cobrem um aglomerado de casas velhas e novas que disputam o espaço existente até à margem do rio. 
Gaivotas voam sobre o Tejo e uma praça aberta ao espaço, onde vi nascer um mar de gente, agora quase vazia, brilha sob o sol a pique.
Nas avenidas uma aragem quente. Um vestido esvoaçante, carregado de cerejas em fundo branco, sobe a calçada.
A luz esconde-se entre a folhagem, tecendo fios de prata que descendo das árvores vêm morrer nos rostos sentados no banco de jardim, porto de abrigo e descanso para quem caminha.
Sob os pés mosaico português. Chão talhado por mestres mãos, brancas de pó, onde calcário e basalto se entrelaçam desenhando padrões. O esplendor da pedra talhada pelo homem para ser pisada.
O rendilhado das varandas em ferro forjado que resiste ao tempo, nos edifícios mais antigos, e candeeiros que ao cair do dia iluminarão a noite.
Ruas estreitas, escadarias e vielas que rasgam sete colinas.

E esta luz indefinível ...

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